1 – DAC
O músculo cardíaco precisa de um fornecimento constante de sangue rico em oxigênio. As artérias coronarianas, que se ramificam da aorta assim que esta sai do coração, fornecem esse sangue. A doença arterial coronariana, causada pelo estreitamento de uma ou mais dessas artérias por placas de gorduras (aterosclerose), pode bloquear o fluxo sanguíneo, o que causa dor torácica (angina) ou um ataque cardíaco (também denominado infarto do miocárdio, ou IM). A doença arterial coronariana é uma das principais causas de morte em homens e mulheres, contabilizando aproximadamente um terço de todas as mortes em países desenvolvidos.
Alguns fatores que contribuem para que uma pessoa desenvolva doença arterial coronariana:
Idade avançada
Histórico familiar de doença arterial coronariana precoce
Colesterol alto
Diabetes mellitus
Tabagismo
Hipertensão arterial
Obesidade
Sedentarismo
O diagnóstico inclui a realização de uma anamnese cuidadosa conduzida pelo médico cardiologista, complementada por exames complementares. O tratamento varia de acordo com cada caso, incluindo o uso de medicamentos, angioplastia ou a realização de cirurgia de revascularização do miocárdio.
2- Estenose Mitral
Estenose mitral (EM) é o estreitamento na abertura da válvula mitral ocasionando uma obstrução ao fluxo sanguíneo do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo. No brasil e nos países em desenvolvimento, a principal causa é a febre reumática. Um dos sintomas mais comuns é a falta de ar aos esforços, edema e arritmias cardíacas que podem causar acidente vascular cerebral. O ecocardiograma é o método de escolha para diagnosticar a estenose mitral. O tratamento além do uso de medicações como diuréticos, betabloqueadores e anticoagulantes, pode incluir a troca cirúrgica da válvula mitral por uma prótese.
3 – Insuficiência Mitral
A válvula mitral situa-se na abertura entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo. A válvula mitral se abre para permitir que o sangue do átrio esquerdo encha o ventrículo esquerdo e se fecha enquanto o ventrículo esquerdo se contrai para bombear sangue somente para dentro da aorta sem voltar para o átrio esquerdo. Quando a válvula mitral não se fecha completamente, há refluxo de parte do sangue para o átrio esquerdo, o que é chamado insuficiência mitral. A regurgitação grave pode resultar em insuficiência cardíaca, um quadro clínico em que o aumento da pressão no átrio faz com que haja acúmulo de líquido (congestão) nos pulmões ou em que a redução do fluxo de sangue do ventrículo para o corpo priva os órgãos da quantidade adequada de sangue. O ecocardiograma fornece a maioria das informações sobre o tamanho do átrio e do ventrículo e sobre a quantidade de sangue que está vazando para que se possa determinar a gravidade da regurgitação e o tratamento de acordo com cada paciente.
4 – Estenose Aórtica
A válvula aórtica situa-se na abertura entre o ventrículo esquerdo e a aorta. A válvula aórtica se abre à medida que o ventrículo esquerdo se contrai para bombear sangue na aorta. Se um distúrbio fizer as abas das válvulas ficarem espessas e endurecidas, a abertura das válvulas se torna estreitada (estenose), dificultando a saída de sangue do coração. Pode ocorrer aperto no peito (angina) durante o esforço. Os sintomas desaparecem com vários minutos de descanso. Pessoas com insuficiência cardíaca desenvolvem fadiga e falta de ar durante o esforço. As pessoas que têm estenose aórtica grave podem desmaiar durante o esforço, pois a pressão arterial pode cair repentinamente. O desmaio geralmente ocorre sem sintomas de alerta (como tontura ou sensação de desmaio iminente). O ecocardiograma é o melhor procedimento para avaliar a gravidade da estenose aórtica (pois mede o quão pequena é a abertura da válvula) e a função do ventrículo esquerdo.
5 – Insuficiência aórtica
A insuficiência aórtica caracteriza-se pelo fluxo sanguíneo retrógrado da aorta para o ventrículo esquerdo durante a diástole, devido à incompetência do mecanismo de fechamento valvar aórtico. Em decorrência da disfunção ventricular ocorre dispneia, fadiga, quadros de palpitações e dor torácica. A causa mais comum em nosso meio é a febre reumática . Outras causas são: endocardite infecciosa com destruição e perfuração dos folhetos, valva aórtica bicúspide (causa congênita mais comum) e dilatação da raiz da aorta. O ecocardiograma permite investigar a etiologia, gravidade da insuficiência e a função cardíaca.
6 – Cardiopatias congênitas
A doença cardíaca congênita (cardiopatia congênita) é uma alteração na estrutura do seu coração presente antes mesmo do nascimento. É um termo genérico utilizado para descrever alterações do coração e dos grandes vasos, presentes ao nascimento. As cardiopatias congênitas podem produzir sintomas no nascimento, durante a infância, ou então na idade adulta. Cianose, falta de ar, fadiga e palpitações estāo entre as manifestações mais comuns. Em alguns casos, a cardiopatia congênita não causa sintomas. Incluem alterações nas válvulas cardíacas, alterações nas paredes entre os átrios e ventrículos do coração (comunicação interatrial e comunicação interventricular, respectivamente) e anormalidades no músculo cardíaco. A avaliação cardiológica é fundamental no seu diagnóstico precoce e tratamento, podendo ser necessária intervenção cirúrgica ou percutânea.
7 – Check up cardiológico
Quando se trata de prevenir doenças do coração, nossa atenção se volta aos fatores de risco: lipídeos (colesterol, triglicerídeos), obesidade, tabagismo, sedentarismo, stress. Doenças como hipertensão e diabetes e os antecedentes familiares de doenças cardíacas são também importantes fatores predisponentes ao comprometimento cardíaco. Além disso, doenças endócrinas, renais e infecciosas podem apresentar maior risco para o coração. O check up cardiológico auxilia no controle desses fatores e vai além. Identifica precocemente possíveis alterações que podem comprometer o coração, É realizado através da anamnese, exame físico e de alguns exames complementares. Conduzido pelo Cardiologista, tem o propósito de prevenir doenças cardíacas e/ou de acompanhar a sua evolução. Podem ser necessários exames de sangue, eletrocardiograma, ecocardiograma, mapa de 24h, holter, raio X de tórax, teste ergométrico, dentre outros, conforme a avaliação do cardiologista. O check up deve ser feito na presença de sintoma cardíacos, fatores de risco para doenças cardiovasculares ou de rotina a partir dos 35 anos em homens e aos 40 anos para mulheres.
8 – Risco cirúrgico cardiológico
Antes de qualquer cirurgia ou exame diagnóstico invasivo, é necessário que o paciente passe por uma avaliação cardiológica pré – operatória. Mesmo que a cirurgia não seja relacionada com o sistema cardiovascular, podem haver complicações como infarto agudo do miocárdio, arritmias cardíacas e acidente vascular cerebral. O objetivo do risco cirúrgico é definir o risco do paciente para tais complicações e adotar medidas para minimizar sua ocorrência, tornando o procedimento mais seguro. A avaliação é feita de forma individualizada, podendo ser necessária a realização de alguns exames cardiológicos e a otimização do tratamento de algumas comorbidades identificadas durante a consulta.
9 – Insuficiência cardíaca
A insuficiência cardíaca, popularmente conhecida como “coração grande”, é caracterizada pela dificuldade do coração em bombear o sangue para o corpo, gerando sintomas como cansaço, tosse noturna e o inchaço nas pernas ao final do dia, já que o oxigênio presente no sangue não consegue chegar aos órgãos e tecidos. O principal sintoma de insuficiência cardíaca é o cansaço progressivo que se inicia após grandes esforços, como subir escada ou correr, mas que com o tempo pode aparecer até mesmo em repouso. Outros sinais e sintomas da insuficiência cardíaca são:
- Tosse excessiva durante a noite;
- Inchaço nas pernas, tornozelos e pés ao final do dia;
- Falta de ar ao realizar esforços ou em repouso;
- Palpitações e calafrios;
- Inchaço abdominal;
- Palidez;
- Dificuldade para dormir com cabeceira baixa
O tratamento para insuficiência cardíaca deve ser orientado por um cardiologista e inclui o uso de medicamentos que melhoram os sintomas e reduzem a mortalidade do paciente. Restrições na ingestão de líquidos e sal também são geralmente necessárias para adequada estabilização do quadro.